domingo, 10 de outubro de 2010

Quem acompanha esse blog sabe que raramente eu pego textos dos outros. O máximo que faço é recolher trechos de outros autores. Pois bem, não ando com muita inspiração. Não ando tendo muita vontade de falar, mas sempre existem aqueles, donos de boas palavras, que atingem em cheio o coração da gente. Eu tenho uma amiga que disse tudo que eu estava sentindo num texto de autoria dela postado há algum tempo atrás. Mas palavras não envelhecem, pelo menos pra mim, elas sempre renovam seu peso. Positivas ou negativas, não importa, sempre renovam-se. Ou causam um bem maior, ou ferem ainda mais. A amiga é Layz Costa (clica aqui e confere o blog dela), e o texto é Casulo. Layz, você não sabe, mas escreveu isso aí pra mim.

"Meu casulo está cada vez mais quentinho, mais aconchegante e eu sei que o ar tem se esgotado. Tenho plena consciência do quanto a solidão tem se tornado complicada, densa e ao mesmo tempo se dissipa em uma fumaça multicolorida de origem desconhecida.

A vida aqui nesse casulo, meu caro, é cada dia mais confortável. Às vezes eu sinto que tudo pode se romper, que alguém pode ousar mexer no que eu preservo e escondo,
temo que descubram o acesso ao meu 
aconchego, temo pela perda de paz e pelo peito aberto, temo. O que me amedronta ainda não tem definição, mas ultimamente eu tenho pensado no que me trouxe até aqui além das feridas - cada vez que eu me feria procurava uma maneira de amenizar a dor, nem sempre curar a ferida mas sempre amenizar a dor - a solidão sempre me acolheu tão bem que meus pés já sabiam o caminho do casulo depois da terceira ferida.
Palavras, sempre elas. Quem me conduz a outros mundos, fala por mim, diz o indizível, mexe no impossível, também me conduz pra mais profunda solidão e a mais bem disfarçada por elas mesmas. Quem poderia imaginar que eu estou aqui também? Quem diria que tem uma vizinha como eu nessa comunidade tão imensa? Eu sei que somos milhões, milhões de rostos presos, de cabeça pra baixo e coração bem mais pra baixo ainda, cheio de 
defesas, cheio de proteção: não quero acreditar de novo, não quero ouvir de novo, não quero me apegar de novo, não consigo apanhar mais uma vez, não suportaria mais um naufrágio.
Ei coração, fica quieto e só arrisque nas teorias, contente-se com suposições e que fique apenas na sua imaginação esses devaneios..."


Um comentário:

BelaTeixeira disse...

Eu sou suspeita pra falar da Layz... E tb amei esse texto!

Quando comentei lá no 'Doces Confissões', ao ler essas palavras penso "Quem diria que tem uma vizinha como eu nessa comunidade tão imensa?"

As palavras, sempre as palavras, nos aproximando de formas que nunca imaginamos. É sempre nelas que busco refúgio nos (longos) momentos de solidão. São sempre elas que me dão abrigo e aconchego.

Só nos resta cuidar bem do nosso casulo pra hora em que chegar ELE -'que me revigore sem querer, sem saber, sem sentir - o AMOR.'

;)